terça-feira, 28 de abril de 2009

Técnica e seus pressupostos filosóficos


Moro na Filosofia da UFPR faz algum tempo. Esse ano, tento de novo um divórcio amigável com meu curso. É fácil passar no vestibular de Filososia, difícil é se separar bem do grande negócio. Por vezes não nos sentimos prontos... mas prontos pra quê mesmo? Ninguém no mercado de hoje precisa de filósof@s mesmo! Poucas são as intituições de ensino que contratam algum@ pra atividade de educador@.
O bom disso tudo é que não nos sentimos obrigados a fazer absolutamente nada com um Curso de Filosofia, afinal o objetivo é só nos fazer pensar mesmo! Quem precisa de gente pensando problemas num mundo global e cheio de respostas imediatas e prontas?
Felizmente, alguns louc@s resistem e ainda organizam espaços de diálogos, exposições de novos & velhos pensares. Essa semana por exemplo começa o Ciclo PET (Programa de Educação Tutorial) O tema é Filosofia e Técnica: Entre o maravilhamento e o medo. Primeira Conferência
Quarta-feira (29/04), com Carolina Araújo (UFRJ)
das 14h as 18h, no Anfiteatro 100 (1º andar)
Edificio D. Pedro I (REITORIA) - Rua General Carneiro, 460

A téchne no Livro I da República de Platão
(Textos no Xerox da XV, pasta 147)

Que pensares circundam esse Ciclo de Conferências?

Por técnica comumente se entende a possibilidade humana de transformar a natureza segundo um fim que o próprio homem se coloca. O que entendemos hoje por ciência constitui uma modalidade técnica de relação do homem com a natureza; outra é o que entendemos por arte. Por isso, questionar a técnica significa perguntar pelo fundamento que orienta o principal discurso que se impõe a nós como normativo de nosso cotidiano (ciência) assim como pelo fundamento daquele que parece envolver a suspensão dessa normatividade (arte).

Por outro lado, a técnica também foi e é tomada como instância social autônoma, que exibe como resultado a produção dos próprios homens como seres inscritos em um universo cujos fins lhes são alheios. Ao invés de ser a extensão humana do processo natural, como a define Aristóteles, a técnica, nesta segunda acepção, torna-se segunda natureza e motor da desumanização do próprio homem. Marry Shelley personificou em Frankstein este aviltamento do homem pela sociedade científica e tecnológica, convertendo o que era visto como perspectiva subjetiva de interpretação da natureza (a técnica, como a viu Kant) em natureza monstruosa que ameaça a humanidade.

O estudo dessas diferentes posições tem por objetivo elucidar os pressupostos fundamentais da técnica hoje vigente na forma da tecnologia, inclusive através de sua relativização a outras perspectivas contemporâneas sobre a técnica (técnica artística, técnica psicanalítica).

A programação deste Ciclo, segue até novembro:

20/maio: Aristóteles - Notas sobre a técnica em Aristóteles, com Inara Zanuzzi (UFPR)

10/junho: Kant - Técnica, reflexão e finalidade em Kant, com Pedro C. Rego (UFRJ)

26/agosto: Heidegger - Heidegger filósofo da Técnica, com André Duarte (UFPR)

30/setembro: Foucault - Michel Foucault e o debate feminista, com Maria Rita César (UFPR)

28/outubro: Técnica e Psicanálise - A Psicanálise e a questão da técnica, com Antonio Cobas (UTP)

25/novembro: Técnica e Arte - Téchne e sentido quando o procedimento é a coisa, com Geraldo Leão (UFPR)


PS: Uso o símbolo @ qdo. falo no feminino e masculino.


Um comentário:

  1. pô Sara, tá precisando de advogada para o divórcio hehehe. bjs tânia

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