O sol parece estar de mal com Curitiba nestas últimas semanas. Não se fala noutra coisa que não sejam os ânimos já encharcados por tantos dias chuvosos. Ora chuva, ora vento - tudo sempre acompanhado de muito frio, claro!
Tem gente já querendo treinar com os sapos nos banhados como se faz pra ser feliz em tantos dias cinzas, curtos de luz e úmidos a ponto de constranger até o esqueleto.
A verdade é que, quem nasceu em solo curitiboca têm até uma certa saudade vez em quando de dias frios... O Inverno torna-se suportável quando tá ali, bem guardado na genética da pessoa ...rs quase como uma memória atávica - descobri isso lendo Adélia Maria Woellner poeta aqui da nossa boa terrinha que soube em poema ,traduzir essa memória que a um só tempo traz para o corpo, muito da nossa história.
Por isso talvez, passado tantos dias monocromáticos nessa cidade, vamos nos acostumando a ritmos e tons acizentados - que pouco alteram do nosso costumeiro humor. Fernando Pessoa não passou por aqui mas nesses dias duros de inverno, mas "Cai Chuva do céu cinzento" escrito lá pelos anos 30 parece bem com nosso ritmo:
Do Livro "A chuva nos Ruídos - Antologia Poética", de Vera Lúcia Oliveira:
O vento não conhece
O vento não conhece o bojo
dos frutos úberes
que estrala contra o muro
o vento não conhece
o coração dos tijolos
que escorraça
o vento não conhece
a sede do grão
que trabalha
sua subversão
no osso
Vc. encontra tbém. desta autora o livro "Entre a juntura dos ossos" na Coleção literatura para todos, disponível em Domínio Público
As meninas
as meninas que da alma pulam
brincam de esticar o tempo
com suas saias rodadas
dançam a canção mais pura
que aprenderam
correndo entre
as junturas
dos ossos.
Para pra migrar em poemas de Casimiro de Brito e outros da distante Portugal como o sedutor Ivo Machado
Tem gente já querendo treinar com os sapos nos banhados como se faz pra ser feliz em tantos dias cinzas, curtos de luz e úmidos a ponto de constranger até o esqueleto.
A verdade é que, quem nasceu em solo curitiboca têm até uma certa saudade vez em quando de dias frios... O Inverno torna-se suportável quando tá ali, bem guardado na genética da pessoa ...rs quase como uma memória atávica - descobri isso lendo Adélia Maria Woellner poeta aqui da nossa boa terrinha que soube em poema ,traduzir essa memória que a um só tempo traz para o corpo, muito da nossa história.
Em algum lugar
deste infinito mistério
- que é meu ser -,
a emoção primitiva brilha
e reflete a memória
de todas as eras.
("Memória Atávica" no Livro Infinito em Mim)
deste infinito mistério
- que é meu ser -,
a emoção primitiva brilha
e reflete a memória
de todas as eras.
("Memória Atávica" no Livro Infinito em Mim)
Por isso talvez, passado tantos dias monocromáticos nessa cidade, vamos nos acostumando a ritmos e tons acizentados - que pouco alteram do nosso costumeiro humor. Fernando Pessoa não passou por aqui mas nesses dias duros de inverno, mas "Cai Chuva do céu cinzento" escrito lá pelos anos 30 parece bem com nosso ritmo:
Cai chuva do céu cinzento
Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer.
Tenho uma grande tristeza
Acrescentada à que sinto.
Quero dizer-ma mas pesa
O quanto comigo minto.
Porque verdadeiramente
Não sei se estou triste ou não.
E a chuva cai levemente
(Porque Verlaine consente)
Dentro do meu coração.
Do Livro "A chuva nos Ruídos - Antologia Poética", de Vera Lúcia Oliveira:
O vento não conhece
O vento não conhece o bojo
dos frutos úberes
que estrala contra o muro
o vento não conhece
o coração dos tijolos
que escorraça
o vento não conhece
a sede do grão
que trabalha
sua subversão
no osso
Vc. encontra tbém. desta autora o livro "Entre a juntura dos ossos" na Coleção literatura para todos, disponível em Domínio Público
As meninas
as meninas que da alma pulam
brincam de esticar o tempo
com suas saias rodadas
dançam a canção mais pura
que aprenderam
correndo entre
as junturas
dos ossos.
Para pra migrar em poemas de Casimiro de Brito e outros da distante Portugal como o sedutor Ivo Machado
Os malmequeres
disseste: hoje rasguei os papéis
que escreveste
depois
como se faz às folhas
de Outono
deixaste-as arder no esquecimento.
agora
entendo os malmequeres.
que escreveste
depois
como se faz às folhas
de Outono
deixaste-as arder no esquecimento.
agora
entendo os malmequeres.
(in «adágios de benquerença»)
Na casadellapoesia um tour delicioso entre diferentes línguas para muitos poemas. O Poemário de Mariana tbém. merece sondagens cuidadosas, perfeitas para noites chuvosas. Bom mesmo, pra quem anda em boa companhia neste inverno são os muitos poemas que alinhavam possibilidades & prazeres imaginários deliciosos. Pra aquecer o espiríto que tal um poemadodia? E pra quem aprecia sorteios a lista de Poesia Erótica feita por Carlos Seabra torna-se uma boa diversão.
E pra quem deseja percorrer todos os tempos entre poemas eróticos o Estúdio Raposa oferece recitais eróticos do mundo todo em bom sotaque português. Escolhi somente o arquivo Menina Marota pra encerrar o expediente do dia por aqui. Por lá há de sondar muitas outras marotices seculares inclusive... rs! Bons sonhos com ritmo de chuva pra todo mundo.
E pra quem deseja percorrer todos os tempos entre poemas eróticos o Estúdio Raposa oferece recitais eróticos do mundo todo em bom sotaque português. Escolhi somente o arquivo Menina Marota pra encerrar o expediente do dia por aqui. Por lá há de sondar muitas outras marotices seculares inclusive... rs! Bons sonhos com ritmo de chuva pra todo mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário