Festival de Teatro - lugar pra vibrar idéias!

O Festival acabou, a Páscoa também!
Da Páscoa aproveitei a orgia de bacalhaus. Do Festival ganhei novos amigos, assisti em capítulos bons espetáculos. Aliás, assistir uma peça em capítulos, te ajuda muito a perceber o texto, a reação de diferentes públicos.
Complexos, queridos e super disciplinados são os atores e atrizes da Cia Antro Exposto que entre elásticos que se movem, balões da memória e cadeiras de roda risonhas - apresentaram um espetáculo denso, com um texto que rememora um certo cinismo. Mas o inquieto & discreto diretor Ruy Filho consegue nos expor diante de muitos incômodos felizmente e conta com um belo trabalho de confronto verbal da dupla Diego Torraca e Guilherme Gorski.

Muitas imagens são usadas pra traduzir e conjugar o subliminar da ação humana - os delírios, devaneios... ou seriam as verdades que disfarçamos em loucuras temporárias, esporádicas?

No primeiro dia pude somente ouvir a trilha, produzida pelo diretor musical Patrick Grant, aquele do grupo norte-americano The Living Theatre. Estava no "foyeur" adaptado na Casa Vermelha tentando fechar a bilheteria com seus complexos convites, ingressos & borderôs e aquele som pulsante, nervoso, incomodava, rasgava a atenção e desprendia uma incômoda irritação.

Mas qdo. vi toda a ação dos 6 atores/atrizes que incorporam a música numa marcação sem direito a respiro, pude então perceber que o irritante, o incômodo está nesta sutil batalha que fazemos todos os dias entre vigiar e punir, carrascos e vítimas, ordem e liberdade. Relações tênues e tensas sempre não é mesmo?!

Aqui, estamos encerrando o expediente, depois de muito cachorro quente!