domingo, 18 de maio de 2008

Toda Beleza é dificil

A beleza é a aparência desnuda, e o rosto é, no corpo, o naturalmente nu. Afrodite em Botticelli se apresenta nua em um cenário que pretende a encenação do inefável: a revelação, todavia, do princípio originário (a tríade Belo/bom/verdadeiro) é também encobrimento de algo tenebroso, abismal e sinistro
(Trías, Eugenio. Lo Bello y lo Siniestro. Barcelona: Ariel, 1996. P. 58.)




Toda Beleza é dificil

O artigo publicado no site antroposmoderno é de Márcia Tiburi.
Vale a leitura para quem está interessad@ em sondar filosofia e mulheres. A autora apresenta seus escritos como um Esboço de crítica sobre as relações entre Metafísica, Estética e Mulheres na Filosofia. E a sua primeira citação já nos incita à leitura:

“ O caos deve resplandecer no poema sob o véu incondicional da ordem”. Novalis


O título já sugere pôr em questão o elemento sexual, ao lado do sexismo, ao lado da mulher tomada como tema, ao lado da discussão filosófica sobre gênero. Eis o um trecho só para aperitivar:
O belo mais próximo do verdadeiro é o que não se vê e que se desejaria ver, o que se poderia ver. Ele depende de um disfarce que a bela aparência providencia. O belo é, portanto, sempre erótico: o que não vejo é o que me impele à sensação de prazer e não o que vejo, o erotismo não toca o pornográfico. Podemos encontrar já nestas colocações que são feitas a partir do texto de Platão, uma relação a se encenar na história posterior da idéia de beleza - relativa às artes e aos corpos assim como toda a beleza da natureza - , a saber, entre erotismo e camuflagem e entre pornografia e caricatura.
Os Embaixadores, de Hans Holbein.

"O belo seria uma proteção contra o medo, contra a angústia, uma defesa que nos permitiria deleite, agrado e prazer promovidos pela tranqüilidade adquirida frente às ameaças da natureza e caos “que deve resplandecer sob o véu incondicional da ordem”. Márcia Tiburi

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